Como comunicar-me?
Às vezes, perguntam-me na rua: - É verdade que vocês comunicam-se com os mortos? Como faço para comunicar-me com meu pai, ou filho, que já morreu?
As duas perguntas merecem resposta, antecedidas de algumas ponderações:
1- Os espíritas não se comunicam com os mortos, em primeiro lugar porque mortos não existem. Todos vivem após a morte (quem morre é o corpo).
2- O telefone só toca de lá para cá!
Vamos explicar.
Os Centros Espíritas realizam, sim, reuniões mediúnicas de intercâmbio com os Espíritos, que nada mais são que as almas dos homens que já se foram pelo fenômeno da morte. São reuniões sérias, onde devem predominar a coerência, a discrição e muita responsabilidade.
Essas comunicações ocorrem em dias e horários previamente estabelecidos, em regime privativo - pois que não se trata de espetáculos para serem assistidos, já que sua finalidade é instruir os homens e ajudar os Espíritos em dificuldades. Elas ocorrem naturalmente quando, em ambiente preparado e propício, os médiuns, pessoas normais dotadas de sensibilidade para servirem como instrumento de intercâmbio entre homens e Espíritos, oferecem as condições necessárias para que estes se manifestem.
Este ambiente se compõe de pessoas com afinidade entre si e imbuídas do mesmo desejo de auxiliar o semelhante, com vontade firme e perseverante de fazer o bem, que se pautam pela assiduidade e responsabilidade, priorizando a prática com amor e fidelidade.
Quanto à identificação, se o Espírito a fizer espontaneamente, tudo bem, mas não se deve ficar inquirindo-o insistentemente. Sobre a comunicação de entes queridos, lembramos a expressão acima colocada e usada por Chico Xavier: "o telefone só toca de lá para cá". A iniciativa de comunicar-se sempre parte dos Espíritos.
Para que um Espírito se comunique, há certas condições a serem observadas: se ele realmente deseja; se pode; se tem permissão; se encontra condições nos médiuns à disposição; se o ambiente lhe é favorável. Vemos que não é tão fácil assim...
Por esses motivos todos, os leitores podem avaliar que os espíritas levam muito a sério esta questão da comunicação com os Espíritos. Nada de leviandade, pois estamos lidando com inteligências livres, de vontade própria e nada diferentes dos homens. Continuamos, como espíritos, o que somos, com defeitos, qualidades, conhecimento ou ignorância, havendo aí a necessidade de reencarnar para novas experiências evolutivas.
É muito natural que quem perdeu alguém querido, tenha o desejo de saber notícias, de comunicar-se com ele. Neste caso, meu caro leitor ou leitora, mantenha firme confiança em Deus e aguarde o momento, que surgirá. Fuja de charlatães ou pessoas inescrupulosas. Se tiver que procurar algum centro espírita, escolha o que mantenha mais fraternidade entre seus integrantes e, principalmente, o respeito ao semelhante, mesmo que seja um Espírito.