Quem são os Espíritos familiares protetores?
Podemos ter ao nosso lado Espíritos familiares protetores, que pedem a oportunidade de nos ajudar em nossa vida, inspirando-nos através de bons pensamentos.
Ao contrário dos anjos da guarda, geralmente não são Espíritos elevados. Os anjos guardiões têm como missão divina nos acompanhar em nossa caminhada evolutiva desde o nascimento, inspirando-nos pelo pensamento a tomada de atitudes corretas e também nos dar sua proteção contra os perigos.
Um Espírito familiar pode ser, por exemplo, o pai que ao desencarnar pede para se tornar protetor de seu filho. Mas o Espírito precisa de um certo grau de elevação, além de ter desenvolvido um certo poder ou algumas virtudes para poder conceder uma efetiva proteção.
Assim, um Espírito elevado pode assistir o familiar que se dispõe a essa tarefa. Dessa forma, aqueles que ainda não se elevaram o bastante para o bom cumprimento dessa tarefa de assistência são, por sua vez, também assistidos por outros, que lhes estão acima.
Uma relação onde dois Espíritos progridem.
Nem todos os que deixam familiares na Terra podem lhe ficar próximos para ajudá-los e protegê-los, uma vez que é restrito o seu poder e a situação em que se encontram nem sempre lhes permite inteira liberdade de ação.
Além disso, o Espírito familiar, como no caso do pai que quer dedicar proteção ao filho, pode ter que reencarnar. Desse modo, neste mundo onde a nossa existência é material, o Espírito fica sujeito ao corpo, o que o impede de se dedicar inteiramente a outro Espírito e assisti-lo pessoalmente. Isso só poderia acontecer em momentos de desprendimento do corpo físico, como nas horas de sono, dependendo, naturalmente, do seu grau de evolução.
Mas, quando existe a possibilidade desse vínculo, estabelece-se uma relação de progresso entre o Espírito familiar e seu protegido. Portanto, o Espírito familiar progride na medida em que seu protegido também mostra um adiantamento, conseguido em função da ajuda espiritual recebida.
Nem todos os Espíritos que querem ficar ao nosso lado são bons.
Nós podemos ter vários Espíritos bons e protetores, em diferentes graus de elevação. São aqueles que conosco simpatizam, nos dedicam afeto e por nós se interessam. Mas também podemos ter junto de a nós aqueles que se comprazem no mal.
Os maus espíritos procuram nos desviar do bom caminho sempre que surge a oportunidade. Mas só se ligam a nós se assim o permitirmos, atendendo suas sugestões. Acontece, assim, a luta entre o bom e o mau, e ganhará aquele por quem nos deixamos influenciar.
Os bons Espíritos que simpatizam conosco muitas vezes vêm em nosso auxílio para cumprir uma missão temporária, ou são atraídos simplesmente pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal. Isto quer dizer que, qualquer que seja o caráter de uma pessoa, sempre vai encontrar Espíritos que com ela simpatizem.
As diferentes categorias de Espíritos protetores.
De acordo com a natureza do Espírito, existem diferentes graduações em relação à simpatia que eles têm por nós como ao grau de proteção que podem nos dedicar. Vemos nas explicações de Allan Kardec que:
“O Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.
Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, com o fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder, quase sempre muito restrito, de que dispõem. São bons, porém, muitas vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Ocupam-se de boa mente com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores. O Espírito Familiar pode ser considerado como o “amigo da casa”.
Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para o nosso lado por afeições particulares e ainda por uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem como para o mal. De ordinário, a duração de suas relações se acha subordinada às circunstâncias.
O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso, que se liga ao homem para desviá-lo do bem. Obra, porém, por impulso próprio e não no desempenho de missão. A tenacidade da sua ação está em relação direta com a maior ou menor facilidade de acesso que encontre por parte do homem, que goza sempre da liberdade de escutar-lhe a voz ou de lhe cerrar os ouvidos.”
Portanto, cabe a nós escolher quem queremos ao nosso lado e aproveitar as boas orientações que recebemos para nossa evolução.
Fonte: “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – ‘Anjos da guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos’