Questão de Escolha
A Doutrina Espírita nos alerta sobre a liberdade que temos de escolher caminhos em nossa vida: é o livre-arbítrio.
Embora muitos desavisados aleguem que essa liberdade é ilusória, devido a tantas imposições da matéria, do mundo moderno, os queridos benfeitores incansavelmente nos esclarecem que podemos sempre selecionar a nossa atitude em presença de qualquer fato ou situação: podemos, a todo momento, optar por aquilo que sabemos ser o correto ou ceder ante os apelos negativos que ainda permanecem em nós. Exemplo: diante de uma doença séria, desesperamo-nos e revoltamo-nos contra Deus, dificultando todo tratamento que venhamos a fazer, físico ou espiritual... Ou, em contrapartida, elegemos acertadamente optar por confiar na Justiça e na Bondade do Pai, executando a nossa parte tanto no tratamento devido, quanto na nossa contínua prática do bem. Essa é a autêntica resignação, palavra tão mal interpretada por muitos de nós...
“Resignação” vem do latim, da junção do prefixo “re” (de novo), com o verbo “signare” (assinar), mais o substantivo “actionem” (ação); e significa, ao pé da letra, “ação de assinar de novo”. Ora, quem “assina” algo, concorda com esse algo: resignação é atuante, não conformismo como várias pessoas pensam...
Nós já “assinamos” antes de reencarnar, ao participarmos da preparação da nossa futura existência na carne, quando, usando nosso livre-arbítrio, pedimos as situações que se apresentarão em nosso caminho ou com elas concordamos, visando nosso aprendizado e consequente aperfeiçoamento. Assim, tudo isso que aceitamos estará presente, “pré-determinado” por nós mesmos, em nossa vida terrena, quando reencarnarmos. Porém, não está determinado o resultado de cada uma dessas situações, pois sempre dependerá de nós, das escolhas que fizermos perante elas...
Sem dúvida, a melhor dessas escolhas dar-se-á toda vez que seguirmos a Lei do Amoroso Pai, a nós trazida pelo Mestre dos Mestres, Jesus. E nós conhecemos essa Lei! Nenhum de nós pode alegar desconhecê-la...
Então, faz-se as seguintes perguntas: “Como estão nossas escolhas? Realmente adequadas a quem deseja sinceramente se melhorar e tornar-se, um dia, genuíno tarefeiro de Jesus?... Quais as companhias espirituais que escolhemos, sabendo sobre a lei de afinidade, e que nosso pensamento é energia, vibrando em determinada frequência, e sintonizando com encarnados e desencarnados que vibrem em modo semelhante?...”
O benfeitor Marco Prisco, no livro "Luz Viva", através da psicografia de Divaldo Franco, oferece-nos o capítulo 11, cujo título é justamente “Questão de escolha”. Aí, mais uma vez, delicadamente incentiva-nos a seguir na estrada da evolução, descortinando para nós a realidade daquele que se esforça, de verdade, em “domar suas inclinações más” (como está em "O Evangelho segundo o Espiritismo", no capítulo XVII, item 4) e avançar rumo à luz: esse estabelecerá “sintonia com vibrações superiores”, consequentemente “recebendo estímulos vigorosos” e alcançando crescentes “harmonia interior e renovação”, tendo “visão mais ampla” e respirando “ar mais saudável”...
Mostra-nos Marco Prisco o mal que faz a si mesmo aquele que, seja por inércia, acomodamento, e até mesmo por pessimismo, estaciona, paralisa-se, “acalentando insucessos” e assimilando “ondas inferiores, cheias de miasmas pestilenciais”, que geram “desequilíbrios e enfermidades”...
E quantas pessoas vivenciam as célebres frases destrutivas: “Nada dá certo comigo!”, “Ninguém gosta de mim!”, “Não vou conseguir, por isso não vou nem tentar!”, ou “Eu vou tentar, mas a tarefa é muito difícil!”... Vamos resolutamente mudar a colocação dessa conjunção adversativa “mas”, dando-lhe o enfoque positivo da construção: “A tarefa é muito difícil, mas eu vou tentar!” E certamente irá conseguir executá-la...
Confiantes no amparo do plano maior, deixemos de nos atormentar com “dúvidas e paixões dissolventes”, e escolhamos entregar-nos a Jesus através da decisão de usarmos nosso livre-arbítrio com sabedoria, trabalhando no bem, reparando erros, aprendendo sempre, cheios da energia que a fé espírita, raciocinada, claramente nos confere.
Sigamos as recomendações finais de Marco Prisco, que nos oferece o seguinte roteiro: “Utilizar acertadamente seu tempo” aqui na Terra; o tempo é um talento do qual também teremos que prestar contas.
“Insistir no nosso esforço de melhoria”: não desanimemos ante os desfalecimentos ao longo do trajeto; recomecemos com mais força, capacitando-nos com a observação dos nossos enganos, a fim de não repeti-los desastradamente.
“Eleger ideais nobres”: definitivamente o bem, definitivamente o amor, como nos ensinou Jesus. Desse modo, indubitavelmente, estaremos fazendo excelentes escolhas!