TASK II: AVALIAÇÃO MENSAL, D-DAY.
Uma semana parecia um pulo para alguém que antes era acostumada a passar 2 meses ensaiando a mesma coreografia para competições, pelo menos coreografias mais complexas como aquela. Fazer tudo enquanto precisava cantar e não perder o fôlego ou se embolar completamente em coreano? Um desafio que lhe rendeu vários momentos de humilhação, como gostava de se referir aos dias em que se sentia impotente.
Trilingual problems a parte, o dia finalmente havia chegado, e desde o momento em que acordou, Akari perdeu as contas de quantas vezes se checou na câmera do celular e perguntou aos seus colegas se ela estava cantando certo. Havia pego a roupa de uma de suas roommates, e só no dia da apresentação, já se viu tendo que costurar um cortezinho que fez enquanto passava uma das partes no chão, tudo para confirmar se estava tudo bem com o figurino - não estava, claro, mas fez o que pôde para disfarçar o rasgo na cintura da roupa. Infelizmente, a japonesa não era fã de roupas tão neutras como aquelas, então não podia fazer muito além de pegar emprestado mesmo.
Por sorte, já havia se acostumado com empecilhos como aqueles, testando mais uma vez com a costura antes de tentar o máximo caprichar na maquiagem. Gostava de usar bastante brilho no rosto, mas decidiu não exagerar, tudo para não destoar tanto assim do padrão que o grupo de trainees havia imposto. Depois disso, não tinha muito mais o que fazer, esperou que todos ficassem prontos enquanto repetia infinitamente as linhas que tinha na música, recebendo um ou outro olhar desagradável quando errava.
Respirou fundo, observando os produtores e outros funcionários que avaliavam as apresentações. Se curvou assim que foram chamados, cumprimentando a banca dos jurados antes de ir para sua posição. Quando a música começou, Akari tentou não parecer tão nervosa e ansiosa quanto realmente estava, e até que conseguiu bem quando não precisava cantar, usando de uma das poucas coisas que era boa: sua expressão. Infelizmente, não foi a mesma coisa na sua vez de cantar, quando seguiu para o centro e precisou usar o vocal no lugar do rap, um pouco antes do primeiro refrão, trocando duas palavras por outras que duvidava que existiam, e ainda tremeu a voz na última palavra da frase.
Tentou manter a calma, mas soube que ficou claro em sua expressão na hora do desapontamento. Da metade do refrão até sua próxima linha conseguiu disfarçar seu estresse, mas só no rap mesmo que pareceu ter sua confiança de volta, quando conseguiu - graças às linhas em inglês e tão sem sentido quanto - não errar e mostrar que tinha sim, algum talento. Quando a música chegou ao fim, a japonesa tentou manter uma expressão séria, mas não demorou a sorrir para os produtores, tentando arrancar deles algo pelo menos pelo carisma que esperava ter, não demorando a se curvar com seu grupo novamente. O que importava em primeiro lugar era não ser demitida, o resto? Dava pra correr atrás.