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April 8, 2023

put on a happy face then everything's okay.

07/04/23, primeiras horas após o Music Bank.

TW: Autodepreciação.

Primeiro dia de Music Bank, primeiro dia com mais um novo trabalho e experiência: agora Akari precisaria se tornar uma MC e fugir de todos e quaisquer rumores que estragassem sua imagem ou de seu grupo - coisa difícil de acontecer quando se aparecia toda semana na televisão, mas ainda esperava não ter o destino desagradável de algumas de suas sunbaes. Deveria estar feliz, não deveria? Era uma oportunidade e tanto, no entanto, no fundo, felicidade era o último sentimento que tinha naquele momento.

Se forçou desde o momento que chegou, até os ensaios e pré-gravações, as apresentações, as primeiras entrevistas ao lado de JJ e o fim do programa a sorrir, a manter a imagem que haviam lhe dado e tinha aceitado de bom grado. O problema era só não estar feliz naquele dia, a fazendo sentir um peso enorme por simplesmente repuxar os lábios em sorrisos falsos e risadas forçadas.

O primeiro episódio caiu na semana em que estava perto "daqueles dias", brigada com um amigo, descontente com seus colegas e acima de tudo, infeliz consigo mesma. Na verdade, Akari sempre escondeu um lado inseguro seu, onde se sentia frequentemente culpada de ser ela mesma, mas desde a última discussão que teve, aquele sentimento negativo aflorou nela. Algumas companhias a ajudavam, e ajudavam muito, como Nami mais cedo, que a fez esquecer de muitos de seus problemas por algumas horas, mas sempre que se via sozinha, aquela sensação de culpa, desconforto e a autodepreciação vinham com todas as forças. No novo quarto, após um longo banho quente e uma ou duas palavras trocadas com Kitty, foi o momento em que sua mente pareceu ir mais longe do que já havia ido durante todo o dia.

Precisou virar-se em direção a parede, onde se esmagou nas cobertas com as flores que havia recebido mais cedo e suas pelúcias, escondendo o chorinho insistente da mais velha como podia.

Não queria chamar atenção, não queria explicar que se sentia triste e arrependida por simplesmente estar no centro de algo: do i=future, do grupo, da oportunidade como MC. Naquela semana, tudo que representasse atenção para si mesma, fama ou oportunidades pareciam algo errado. Queria ficar invisível e que as pessoas vissem que era daquela forma que ela se enxergava, e não como a garota mimada e narcisista que poderiam ver por fora. Poderia desabafar, falar sobre isso, dizer que nunca em sua vida se sentiu bem ou se sentiu especial, que nunca quis a atenção, que a culpa era dos pais, que ela se sentia frequentemente julgada por ser ela mesma, e também se sentia quando vestia uma máscara para agradar a terceiros, mas por dentro, imaginava que até falar sobre seus próprios sentimentos seria, de certa forma, levado como "puxar a atenção para si mesma", então preferiu apenas se fechar, colocando os fones de ouvido e esperando que pelo menos uma pessoa que confiava pudesse a tranquilizar e lhe arrancar algo positivo naquele dia tão cheio de falsos sorrisos.