DA INDIGNAÇÃO
Etmologicamente a palavra indignação vem do latim indignatĭo, referindo-se à revolta que temos contra as ações ignóbeis praticadas por uma pessoa.
Na Filosofia, a indignação surge como uma reação espontânea que sentimos contra algo que se considera inaceitável, como, por exemplo, um ato de injustiça praticado contra um ou mais indivíduos.
Por sua vez, a nível do comportamento, a indignação pode ser convertida no motor predominante da ação e do pensamento.
Quando um povo vira gado, tolhido na sua forma de se expressar, amordaçado pelo desbrio, não se indignando contra as injustiças, calando-se, covardemente, mesmo quando solapam os seus direitos mais sagrados, estabelecidos na Carta Magna, aceitando tudo, omisso, ele se torna indigno de sua própria liberdade.
Sem as asas desse pássaro estendidas sobre nós, não podemos jamais voar para o futuro, nem tampouco desfrutarmos da beleza poética do voo solo do presente.
O poeta Alves da Costa já dizia:
"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, e
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho na nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."
Antes que adentrem os jardins, arranquem não somente as rosas, mas também o broto da esperança, que vinga à luz do sol da razão, não se importando com mais nada, porque sabem que não resistiremos, imersos na concha da pusilanimidade, é chegado o momento de nos indignarmos.
Não permita que isto aconteça!
Não deixe que roubem os princípios e valores morais, que são as pilastras mestras de uma Pátria livre e soberana.
Não aceite como normal os absurdos cotidianos perpetrados, país afora, que, simplesmente, por omissão, silenciamos.
Não compactue com o escárnio daqueles que conspiram contra a nação brasileira, desejando aqui implantar um regime cruel.
Não se deixe enganar por uma mídia falaciosa, que tenta a todo custo, dia e noite, desinformar aos incautos, instilando o mal na sociedade, alienando a muitos com o seu poder quase que absoluto.
Não dê ouvidos a políticos corruptos, que só pensam na manutenção do seu próprio bem-estar, do estabilishment, que entoam um cântico falso de sereia que seduz, infelizmente, aos desavisados e apátridas.
Se não agirmos a tempo contra estes desmandos, amparados na legalidade, à luz do Direito, eles não contentar-se-ão somente em levar as flores dos jardins, e matarem o cão, roubarão também o que temos de mais caro: a nossa dignidade.