A Fé Raciocinada e a Fé Cega
Na Fé Raciocinada, o sujeito permite-se sentir as energias e toda a carga emocional de sua crença. Porém, utiliza-se do livre-arbítrio e de sua razão para exercer o questionamento e formular um conjunto de certezas e informações que fundam a sua fé.
Os sentimentos e emoções que cercam nossa fé de fato nos contagiam e muitas vezes extrapola o limiar das paixões. Na maior parte das situações somos induzidos pelo grupo e contexto religioso para conseguir se enquadrar.
A Fé Cega não é apenas ignorante e dogmática, mas também intolerante. A cólera da fé irracional provoca a segregação cultural, a violência, e em vias posteriores, as guerras.
A necessidade de se cultivar uma Fé Raciocinada ultrapassa a saúde espiritual de um só indivíduo, mas expande-se e influencia a integridade salutar da sociedade. E essa cegueira é altamente contagiosa e em seus estágios mais avançados torna-se o chamado fanatismo.
O indivíduo pensante vive sua espiritualidade de forma distribuída em todas a áreas de sua vida e exercita assim todas as suas inteligências, mesmo que gradual. O cego, por outro lado, restringe seus aprendizados, inclusive o progresso de sua inteligência moral.
O Espiritismo nos mostra o caminho da Fé Racionada, com liberdade e autonomia, baseada nos estudos e entendimentos da moral sob a ótica filosófica e humanizada. Compreende-se, portanto, com a Doutrina Espírita, as limitações de cada espírito em seu respectivo estágio evolutivo.
A Fé Raciocinada é o ato de pensar os sentimentos espirituais, refletir sobre suas crenças e permitir-se viver respeitando o livre-arbítrio, seja seu ou do próximo. Use a sua razão e a crítica para formar dentro de si uma fé inabalável.