A cura das enfermidades e a reforma da consciência
I – A consciência e seus efeitos na saúde e na doença do ser humano
A consciência da criatura humana guarda em sua intimidade as leis de Deus necessárias à plena harmonia de sua vida de relações, bem como as energias e informações decorrentes das suas diversas formas de pensar e agir na atual e nas demais reencarnações vivenciadas.
Nossos pensamentos e atitudes são usinas geradoras de energias a se irradiarem para todos os nossos órgãos, interligando-os e perpassando-os, afetando-lhes, inclusive, as vibrações.
Os pensamentos e atitudes centralizados no amor são geradores de forças equivalentes àquelas relativas à natureza divina do Espírito, fazendo com que ele experimente um estado de conforto e equilíbrio vibratório conhecido usualmente como saúde. Entretanto, quando as energias geradas são de natureza oposta as do amor ocasionam as enfermidades.
Logo, essas enfermidades são decorrentes das agressões sofridas pelos corpos, na sua intimidade vibratória. Seus efeitos causam desconforto ao Espírito, principalmente no consciente e no inconsciente dando, por vezes, origem a doenças localizadas em regiões específicas do organismo físico.
Sabemos dos grandes desafios a que estão submetidas nossas emoções e atitudes na luta incessante pela preservação da vida, num mundo de expiações e provas. Somos constantemente levados, não só a conquistar e ampliar saberes, que favoreçam nossa sobrevivência e felicidade, como também a experimentar as mais variadas formas de emoção e satisfação, algumas delas com reflexos danosos ao nosso equilíbrio interior.
Portanto, o grande objetivo da criatura humana em sua busca pela saúde integral é eliminar esses focos de desequilíbrio e, consequentemente, evitar o surgimento de novos.
II – As enfermidades e a depuração do Espírito
É comum às criaturas buscarem a medicina acadêmica ou até mesmo os tratamentos alternativos para se libertarem das doenças físicas e psíquicas que afligem sua vida cotidiana, principalmente aquelas que afetam seu organismo físico. Nesse sentido, é importante salientar que as doenças do corpo e da mente têm suas raízes no estado vibratório em que se encontra a consciência do Espírito encarnado, por este motivo Jesus, ao curar as pessoas dos seus males físicos, as orientava a não voltarem a pecar.
As enfermidades, portanto, guardam estreita sintonia com o padrão de consciência em que se encontra o Espírito no seu estágio evolutivo, ainda receptivo aos pensamentos e comportamentos equivocados. À proporção que ele se depura, ao longo das reencarnações sucessivas, essas enfermidades vão paulatinamente diminuindo até serem totalmente extintas, quando o Espírito alcança a escala de Espírito puro.
Como essa depuração não ocorre de uma hora para outra, pois está associada às variadas experiências reencarnatórias a serem vivenciadas pelo Espírito, a Providência divina concede-nos recursos temporais, voltados para o êxito do nosso intento evolutivo, incluindo o combate às doenças do corpo físico. Para isso, Deus nos dá o conhecimento da Ciência Médica, convencionalmente, em suas diversas especialidades. Daí nosso respeito aos procedimentos médicos convencionais, fruto do estudo e da pesquisa nas diversas manifestações das doenças do corpo físico e da mente da criatura encarnada. As terapias alternativas, voltadas para a saúde do corpo físico e da mente humana, também devem ser respeitadas e consideradas. Sua aplicação deve guardar o devido respeito ao tratamento convencional da responsabilidade da Ciência Médica estudada nas academias de Medicina.
III – Procedimento de cura de enfermidades com intervenção dos Espíritos
O grande propósito do Espiritismo, no âmbito da restauração da saúde da criatura humana, centraliza-se, primordialmente, na extinção das raízes da enfermidade localizadas em seu organismo espiritual, o que não implica em desconsiderar a expectativa do necessitado de restabelecer sua saúde física.
Suas intervenções estão focadas em duas direções: na harmonização do padrão de consciência do enfermo e no socorro espiritual necessário à saúde do seu corpo físico e da sua mente.
A terapêutica, utilizada na harmonização do padrão de consciência do enfermo, consiste em edificar na sua mente a convicção de que, ao ampliar suas percepções acerca da verdadeira vida, diminuirá sua ignorância, seus medos e suas dúvidas e compreenderá, acima de tudo, que a saúde integral que ele busca depende do aprimoramento do seu padrão de pensamento e comportamento. Que a doença deve ser percebida como um meio para se conseguir a harmonização dos desalinhos vibratórios que perturbam o Espírito. Que seu desejo de saúde deve ir além da cura do corpo físico, já que este reflete, na carne e na mente, nada mais nada menos que os efeitos e sintomas de uma enfermidade mais grave localizada no seu Espírito, mais especificamente no seu perispírito (corpo modelador da sua organização física). Que pouca eficácia terá seu tratamento se ele não cuidar de extirpar a causa geradora do mal que o aflige. Para tal, deve concentrar-se, também, no cumprimento das recomendações voltadas à harmonização energética do seu corpo espiritual, pois é nele que se encontra fincada a semente da enfermidade. Ao contrário dos medicamentos prescritos para a doença do seu corpo físico, o medicamento restaurador dos desalinhos vibratórios do seu perispírito é de natureza fluídica. Esse quantum de energia, em forma de fluidos provenientes da esfera espiritual, quando devidamente assimilados pelos centros de força do paciente, tem efeito restaurador. Para isso, é preciso que o socorrido colabore com o tratamento, esforçando-se por melhorar o padrão vibratório do seu corpo espiritual pela vivência, pautada no respeito à natureza e aos valores e direitos humanos, efetivada na prática da generosidade, da fé, da fraternidade, da solidariedade, da paciência, da dignidade, da honestidade, da humildade, da justiça social, da preservação dos bens naturais e das contribuições concretas para a paz no mundo.
No que se refere ao socorro à enfermidade física, prioritariamente esse intento deve estar associado às orientações legais da prática da Medicina acadêmica.
Nesses casos, os Espíritos-médicos encarregados de assistirem os enfermos atuam, primeiramente, em parceria com os médicos encarnados que os estão tratando. Essa parceria se efetiva por meio da intuição e dos tratamentos subsidiários como o passe e a água fluidificada.
Quando o tratamento médico exige uma intervenção mais específica do âmbito da Medicina Espiritual, uma vez que a terapêutica exigida transcende os limites da Ciência Médica convencional (acadêmica), os Espíritos-médicos benfeitores recorrem a procedimentos não convencionais como cirurgias no perispírito, em que não há a necessidade de corte no corpo físico, à recomendação de medicamentos naturais, não alopáticos, manipulados com componentes e fórmulas prescritas pelo plano espiritual, além de outras terapêuticas que não agridem o bom senso, nem os ensinamentos e recomendações do Espiritismo. Essas intervenções, no entanto, não desobrigam o paciente de continuar com as recomendações prescritas pela Medicina acadêmica, tampouco devem servir de afronta ao conhecimento da Ciência Médica terrena, ainda menos se prestar a ganhos financeiros ou outros de qualquer espécie.
É importante salientar que as intervenções médicas espirituais voltam-se, primordialmente, para a restauração dos danos existentes no perispírito. Seus reflexos no restabelecimento da saúde do corpo físico dependerão do tempo necessário para a harmonização do desalinho vibratório da parte perispiritual afetada, do planejamento reencarnatório do enfermo, dos imperativos da Lei de Causa e Efeito e do merecimento, pois “o amor cobre multidões de pecados” (1 Pedro, 4:8).
IV – O Centro Espírita e as curas espirituais
É inegável a importância do Centro Espírita no trabalho de consolação e socorro aos aflitos de qualquer natureza, mas também é inegável que o Centro Espírita tem compromissos inadiáveis com a prática e a difusão do autêntico Espiritismo, codificado por Allan Kardec.
No que se refere às curas espirituais sob sua responsabilidade é imperativo que os procedimentos ali aplicados sigam as recomendações advindas do plano espiritual superior, transmitidas pelos Espíritos benfeitores como Bezerra de Menezes, André Luiz, Joanna de Ângelis, Manoel Philomeno de Miranda, através da mediunidade segura de bons médiuns, a exemplo de Divaldo Pereira Franco e dos saudosos Francisco Cândido Xavier e Yvonne do Amaral Pereira, para citar alguns.
Deve a Casa Espírita estar atenta ao desenvolvimento dessa tarefa específica de aliviar dores e sofrimentos, pois, como todas as demais, sua repercussão, se negativa, não só abalará as bases de credibilidade da instituição na sociedade, como também servirá de pretexto para os opositores do Espiritismo se municiarem de elementos para desacreditá-lo.
Não nos esqueçamos de que o compromisso primeiro do Espiritismo é fornecer aos sofredores e enfermos meios para a cura das doenças que lhes afetam o equilíbrio e a saúde.