Paralisia do Sono Segundo o Espiritismo
Cientificamente, a paralisia do sono é uma situação de imobilidade temporária vivida no momento após o acordar ou, mais raramente, antes de adormecer. Ela é uma parte natural do sono REM. Nestes casos, o cérebro acorda, mas a paralisia corporal persiste deixando a pessoa temporariamente incapaz de se mover e podendo ser acompanhada pelas chamadas alucinações hipnagógicas (auditivas, visuais, táteis ou olfativas). Quem já viveu a paralisia do sono a retrata como se fosse um sonho, por isso é muito comum ouvir relatos de pessoas que alegam ter visto a si mesmas deitadas na cama sem poder se mover (WIKIPEDIA, 2018, on-line).
Mas, será que há também uma explicação Espiritual para o fato?
Sim, e nesse sentido há dois princípios que devem ser levados em conta: 1. o ser humano é dual e 2. os Espíritos estão por toda parte.
O ser humano é dual, pois vive experiências materiais por meio do corpo físico e da alma respectivamente. Comumente nos esquecemos, mas somos Espíritos e estamos na carne apenas momentaneamente. Essa dualidade fica evidente quando em estado de sono físico há a emancipação da alma, que não carrega a necessidade de descanso inerente à materialidade.
Em relação à afirmação de que os Espíritos estão por toda parte, ela “vem para explicar situações que acontecem durante a paralisia do sono, como sentir a presença de alguém ou ouvir vozes e sons. Isso porque de fato, os Espíritos estão em todo lugar e eles podem propiciar sensações e vivências positivas ou negativas” (ASTROCENTRO, 2017, on-line).
Em decorrência desses princípios, pode-se concluir em primeiro lugar que a paralisia do sono pode ser descrita como um desdobramento incompleto, momento em que há uma linha muito tênue entre o sono e o despertar físico.
Importante salientar que episódios de paralisia do sono não necessariamente configuram-se como um processo de obsessão. A obsessão está diretamente relacionada às nossas más ações e maus pensamentos que sempre irão atrair sintonias correspondentes. Essa situação perpetuar-se-á tanto em estado de vigília quanto no de sono físico. Se durante um episódio de paralisia do sono verifica-se a presença de Espíritos ainda imbuídos das más inclinações, o processo de obsessão estará presente também enquanto se estiver acordado, ou seja, não será independente.
Os efeitos da paralisia do sono podem ser atenuados com conhecimento, ou seja, entender do que se trata Espiritualmente é uma forma de prevenir a sua ocorrência. Ela é um estado em que a pessoa se encontra semidesperta e se tiver conhecimento, pode e deve pedir por proteção. É o que demonstra Kardec em “A Revista Espírita”, julho de 1859, Discurso de encerramento do ano social 1858-1859.
Ensinam os nossos estudos que o mundo invisível que nos circunda reage constantemente sobre o mundo visível e no-lo mostram como uma das forças da natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta que nos domina e nos subjuga malgrado nosso, não será ter a chave de muitos problemas, as explicações de uma porção de fatos que passam despercebidos? Se esses efeitos podem ser funestos, conhecer a causa do mal não é ter um meio de preservar-se contra ele, assim como o conhecimento das propriedades da eletricidade nos deu o meio de atenuar os desastrosos efeitos do raio? Se então sucumbimos, não nos poderemos queixar senão de nós mesmos, porque a ignorância não nos servirá de desculpa. O perigo está no império que os maus Espíritos exercem sobre as pessoas, o que não é apenas uma coisa funesta do ponto de vista dos erros de princípios que eles podem propagar, como ainda do ponto de vista dos interesses da vida material (KARDEC, 1859, on-line).
Sendo assim, conclui-se que a paralisia do sono, além de sua explicação física, tem bases Espirituais que consistem no desdobramento da alma enquanto ser material e imaterial que irá interagir com outros Espíritos encarnados e desencarnados. Dependendo da sintonia alimentada, pode deixá-la ainda mais à mercê de Espíritos com sentimentos pouco nobres resultando em uma semiconsciência angustiante em que a prece e o conhecimento podem ser bálsamos protetores e reconfortantes.