사라지지 않은 단 한 통의 전화.
won saebi’s 2nd self-para. for spinewirehq. august 12, 2025
O som da chamada por completar é o suficiente para que um desconforto preencha o âmago da Won, obrigando-a a movimentar as pernas e cruzar o corredor vazio do hotel.
Uma lista extensa de palavrões deslizava pelo cérebro enquanto tentava se recompor; chamadas de voz com o pai costumavam ser estressantes. Principalmente quando o progenitor a ignorava - o que costumava ser rotina para os Won. Não o fazia por mal, mas as circunstâncias que tornavam aquela situação tão complicada não era a das melhores. Sabia que ele se importava, mesmo que o sentimento não fosse nada palpável e por muitas noites fosse incapaz de pregar os olhos ao ser assombrada pela perspectiva de estar sozinha. Ok, tudo bem, sozinha era uma palavra um tanto pesada: tinha os seus amigos da banda, em Seoul e mais recentemente, no festival, mas nada era capaz de preencher o rombo que a ausência dos pais conseguiu fazer em seu ser.
Não sabia ao certo o que falaria no primeiro contato, mas não precisou pensar ao ter a ansiedade rompida pela voz grave de um homem que devia ter sido acordado há não muito tempo.
“…Byeongari? São três e meia da manhã…” Reclamou brevemente, mas sob o pedido de desculpas e uma voz animada para contar tudo o que vinha acontecendo, não foi capaz de se manter naquela postura por muito tempo. Mesmo que tivesse tanto medo, as ligações costumavam ser tranquilas. Riam, brincavam e se lembravam com carinho do passado, como se a mãe ainda estivesse ali. Saebi sentia a presença dela com mais frequência do que gostaria, embora não o interprete pelo lado sobrenatural. Quando dedilha o baixo, pensa nos acordes que a mulher gostava de ouvir, quando esbraveja e amassa todas as folhas de composição, não é muito diferente da mãe em suas pequenas explosões e quando se reaproxima do pai, algo na voz dele é o suficiente para que também pense nela.
Por um momento, eles não falaram sobre shows e os perrengues que passou nas últimas semanas por causa da competição. A mente se esvaziava enquanto a única preocupação era saber todos os detalhes das aulas de carpintaria do pai. Por um momento, pôde fingir que estava tudo normal e nada fora do lugar. Fingir às vezes se fazia necessário - e não tinha vergonha disso.