December 3, 2020

#3 - A Yoko Ono é a garota de ipanema

(esse episódio tem trechos de conversas com "o menino". Em áudio é mais legal)

Olá amigos, tudo bem? Esse é o 3º episódio do Podlex!

Quem ouviu o episódio anterior sabe que eu fiquei de assistir Fleabag no final da gravação e eu vi mesmo.

Outro dia um amigo meu perguntou "E ai, cara, aproveitando o clima de quarentena pra compôr ou escrever bastante?" - Vale dizer, a nome de contexto, que o "compor" a que ele se refere são musicas que eu escrevo pra um dos meus vários projetos musicais.

Amigo, eu tenho cronograma pra seguir. Tenho prazos, metas. As pessoas pensam que eu vivo quieto, folgado... Quem dera!

A gente - aqui eu tô me referindo à mim e a Maria Clara - que somos pessoas que trabalhamos com a criatividade, lidamos diariamente com a criação, precisamos ser constantemente elogiados e tal, a gente até gostaria de ter esse ócio. Porque o ócio, num dado momento, ele acaba dando no famigerado "ócio criativo" e ai sendo redundante pra encerrar o raciocínio: Pra gente que é criativo é ótimo.

Aliás, das 12 pessoas que escutaram o episódio anterior, 12 elogiaram muito a participação da Maria Clara então acho que a gente já pode revelar que na verdade esse podcast foi feito só pra ela poder ser conhecida pelo "grande" público. Mas ela é humilde, preferiu ficar em segundo plano e colocar meu nome no negócio.

***

E o que é que pode ser dito? Agora que tá todo mundo - ou a maioria - em casa, é como se a grande febre da produção de conteúdo tivesse atacado a sociedade. Todo mundo quer deixar o seu registro nos HDs das redes sociais. Seja por live, posts, textões e afins. Por conta disso, a gente tá tendo que lidar com um número muito maior de gente que posta mais de 10 stories no dia.

Queria destrinchar aqui um pouco disso. Fazendo o sociólogo, sabe? Se o Olavinho pode ser filósofo, eu posso ser o que eu quiser:

O lance do stories é que ele é imediato e dura 24Hrs. A ideia dele é capturar um snippet - "snippet" não, um trecho, um fragmento, um pequeno extrato interessante de algo que tenha acontecido naquele dia do usuário.

Ai a gente cai aqui em duas coisas: Umas delas é a quarentena.

Como tá rolando a quarentena, já que o Brasil é um país comunista que não quer trabalhar, muita gente tem ficado em casa muito tempo e tem perdido o senso de o que é interessante. Junto a isso, tem o marasmo. Como não tem nada pra fazer, eu vou postar stories já que é alguma coisa pra fazer e já que não se tem mais muita noção sobre o que é, de fato, interessante ou não, posta-se stories sobre qualquer coisa.

E eu quero dizer qualquer coisa: pés pra cima, pratos, livros, comentários, jogo de video game, textão que tem que ficar com o dedo em cima pra poder ler tudo e chega uma hora que o dedo tá em cima do texto e ai você vai mudar o dedo de lugar e o story passa...

Maria Clara: "Mas a rede social é particular, cê vai querer agora cagar regra sobre o que pode e não pode postar"

Eu vou jogar essa pro universo e voltar a dizer: Se o Olavinho pode ser filósofo, eu posso fazer o que eu quiser. Fica a dica ai, universo.

(Maria Clara sugere de comentar sobre a "Festa da Pugli")

Eu acho que a Pugli está para o fitness do mesmo jeito que o Milli Vanilli estava para a música.

Todo mundo sabe que, em inglês, fitness quer dizer "em forma". Mas o que a maioria das pessoas não deve saber (ou não deve lembrar... Vou dar o benefício da dúvida) é que fitness em inglês, no conceito da biologia, se refere a "aptidão". Abre aspas aqui, ó: " É a capacidade de um organismo para sobreviver e reproduzir no seu meio."

A gente pode ficar em dúvida quanto ao lance do reproduzir, pq é uma festa e tal, numa festa pode pintar um clima etc. Mas em relação à sobreviver tá aí. Tá bem claro. Tá explícito! Em época de isolamento social, buscando-se achatar a curva de contágio e ainda TRANSMITIR ISSO AO VIVO é o mesmo que dizer que é músico, gravar um disco, ganhar um Grammy por esse disco pra chegar na hora de tocar e ser pego no playback. Ser desmascarado que na verdade o Grammy não é seu pq não foi você quem gravou o disco mesmo.

Você só estampou a capa.

Maria Clara: "Em uma das farsas mais escandalosas do pop que terminou com a academia exigindo que eles, pela primeira e única vez em sua história, devolvessem o Grammy."

É isso, Maria Clara. Acho que a academia tinha que exigir que a Pugliese devolvesse o seu Grammy! Ou, pelo menos, ela podia só parar de frequentar qualquer academia e dar falso testemunho sobre saúde por aí.

(Nossa, essa veio pronta demais)